quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Da Dignidade (Pedro Drumond)





DA DIGNIDADE

Ás vezes uma guerra acaba quando o verdadeiro vencedor invade o território alheio trazendo um frágil, porém invencível gesto de amor - ou melhor dizendo uma flor - do que mais uma granada - ou melhor dizendo mais um ressentimento - para oferecer. Nosso coração pode até ter sido feito para doer, mas nossa consciência não. Ousar surpreender os fantasmas do passado com uma troca de afeição é melhor do que esperar receber algo em troca, que pela nossa vez, deve ser dado em abundância. E ainda que tal estratégia, em nome de um bem maior, caia no fracasso, pelo menos a tentativa te torna mais digno perante os teus próprios olhos. E essa é a coisa que mais importa na vida - ser digno perante a si mesmo. Porque o que mais dói realmente no homem não é o que os outros lhe rogam com júbilo ou mágoa, mas sim todo o conhecimento que ele tem do que se tornou ou não por iniciativa própria.

- Pedro Drumond

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