sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O Sábio (Pedro Drumond)




O Sábio (Pedro Drumond)

O sábio vivendo como tolo
É uma rara alegria universal 
Que passa sem ser percebido pelos transeuntes 
Seu véu é feito de desgosto

O centro do universo está implantado em sua alma
Mas ele não está cheio nem vazio
Fustigantemente nada lhe mata, nada lhe salva
Ele nem existe para ser sozinho

Ele fita longamente seu interior
Nem a solidão o faz mais de sua estadia
Ele recorda que ali outrora residira o amor
Do nível mais profano ao mais sagrado
Agindo como a visão de um orgasmo
Quando ao findar enquanto amor, explodira
Exibindo só ao fim da vida toda sua plenitude

- Reduzido ou expandido ao silêncio?
Indaga a respeito de si mesmo o sábio
Ele só não sabe que sua alma
É tão fugaz quanto o vento
Ele encravou-se separado de sua consciência
Ou seja, durante o sábio, a sabedoria não surge