sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O Negro das Galáxias (Pedro Drumond)




O Negro das Galáxias (Pedro Drumond)

O amor não foi alguém que conheci
Mas algo que vivi
O amor passou muito perto de mim
Mas não olhou-me nos olhos
Amor que ofertei, tristezas que recebi
Lágrimas que na verdade eram jóias

Venho amando simplesmente por amar
Por não saber mergulhar em outra coisa
Sou celeste na máscara de um espírito vadio
O amor que sou não é endereçado a ninguém
Sinto-me completo porque sou vazio

Necessito de minha secura, meu silêncio
Tudo mais que preencher embaça
O que liberta, expande
Faz meu ser recheado de amor
Como o negro das galáxias

domingo, 19 de agosto de 2012

Lágrimas Cósmicas (Pedro Drumond)




Lágrimas Cósmicas (Pedro Drumond)

Amanheci com lágrimas novas
Sim, elas vieram me visitar, prestando-me o favor
Lágrimas que trazem lembranças de outrora
Lágrimas que são mais puras que a dor

Não vejo mau algum
Se a tristeza foi a minha intercessora
Se foi a única disposta a pegar-me pelos braços
E apresentar-me ao amor

Ele era meio austero
Mas pediu-me para chegar mais perto
Em seguida ela deixou-nos a sós
O amor tinha olhos tão negros
Um sorriso sem medo
O amor calou minha voz

Passeamos por uma existência
Onde desertos se floreavam
Porque éramos essência
Um filme eterno que passou em segundos

O amor partiu pra outro mundo
Mas não me esqueceu
Manda-me lágrimas cósmicas

"Eis minhas lembranças mais preciosas
Seu amor sou eu."

E a tristeza ainda vem me vistar
- Diga ao amor que eu o amo.
Quero também partir para não mais voltar.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Elo Perdido (Pedro Drumond)




Elo Perdido (Pedro Drumond)

Mais um vulto das sombras
Teu olhar pranteado
O que me conta?

Fragmentos de um'alma em pó
O fardo é só uma das bagagens da vida
Posto que o caminho não é só

A ilusão e o nada
Côrte e realeza
Coroa de ouro da vida
Onde a alegria é serviçal da tristeza

Encontro-me tão distante
Do propósito para com a verdade
Dos ecos de sentimentos

Que fiz-me um elo perdido do coração
E se questiono o destino
Toda resposta vinda é em vão
Basta! Eu sou o silêncio

sábado, 11 de agosto de 2012

Homens Formados (Pedro Drumond)




Homens Formados (Pedro Drumond)

Eu tinha asas
E quiseram ensinar-me a voar
Eu era inocente
Até encherem-me de conceitos
Padrões, deveres, sistemas, regras
Já dizia o velho mestre:
"Um bom menino entra nos eixos"

A sabedoria pôde ser dispensada
Posto que o intelecto já tinha formadores
Pensamentos prontos, pessoas acomodadas
Autoridade, títulos e controles

Seria nosso mundo diferente
Se tantas disciplinas
Não fossem catálogos para a mente?
Meus senhores, atentem-se!

Menos geografia
E mais a arte do correto viver
Menos história
E mais revelações sobre a alma do ser
Menos cálculos ou notas a galgar
Escola, pergunte a sua gramática
Se os homens são formados na área do amar