sábado, 2 de junho de 2012

A Dama & A Cigana (Pedro Drumond)




A Dama & A Cigana
(Pedro Drumond)

A dama anda pela rua
Tal qual uma plebéia
Precisa de máscara, pois não suporta-se quando nua
Frente a um cavalheiro, uma corte e uma platéia

A cigana, rainha de todas as rosas,
Perambula nos cemitérios como erva daninha
Passa por entre lágrimas com o perfume da morte
Somente para arriscar um palpite - Quem de fato seria?

A dama, suja de lama
Passa por entre os guerreiros
Que lhe roubaram o corpo em noites de vitória
Outrossim percebe a derrota de seus escravos
E sente-se tal qual a cigana de outrora

Agora, com as máscaras que lhes foram impostas
Suas almas feminis vivem dentro de um caixão de pregos
Aproximam-se nobres príncipes e boêmios vadios
Sem notar-lhes nenhum valor

A dama e a cigana vagueiam em desalinhos
Ambas amando sem nenhum amor

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