segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Só Eu & Eu (Pedro Drumond)





Só Eu & Eu
(Pedro Drumond)

Nada, meu bem amado,
Que eu tenha descoberto
Nas aventuras da noite
Valeu mais a pena
Do que ter tido você em minha vida
Que fora meu algoz, meu herói
E meu fatal açoite

O que lamento apenas
É que o impossível beirante à tua áurea
Não te faz ciente que o nosso amor
Mesmo tendo tristemente morrido
Ainda se faz vivo e perene em minha fria alma

O que lamento apenas
Foi Deus ter me contado todos os Seus segredos
E eu, por devaneio, não poder dividir
Nenhum deles contigo
Sou eu, portanto, quem me perco
Nessas mentiras prometidas pelos afagos baratos,
Mesmo que outrora tenha sido eu o purificado
Pelo teu ingrato, incorrespondido e vil carinho

Nada, meu bem amado,
Que eu tenha revelado
Para todos os mais despreparados
Sofredores do amor,
Aplaca a felicidade perdida
De quando eu, inocentemente,
Podia te amar

Se ao menos um dia
Tiver notícias de mim
Saiba que em minha vida,
Mesmo anulada pelo tempo
Assim como tudo o que mais prezei,
Fez-se marcante em mim
Essa essência que assim me concedeu
Tudo aquilo que hoje aprendi a suportar

Falo a respeito da rara exceção do amor,
Por mim convictamente nutrido,
Quando na verdade todo esse envolvimento
Tivera por mais grave precipitação
Nomear-se um amor que um dia chamei de teu
Um amor que em intensão era teu endereçado
Mas que no final era só meu
Era só meu esse amor, sobrando apenas eu & eu

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