sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Alucinações, Venenos & Fórmulas de Amor (Pedro Drumond)







Alucinações têm o poder de construir ou destruir realidades. Não podemos nos surpreender tanto, pois aos olhos de quem amamos podemos não ser nada, ao passo que quem nos ama nos vê, equivocadamente, como tudo! A pior traição não é feita aos inimigos, mas sim dirigida aos anjos que nos guiam no desfiladeiro do destino. Quando temos opção, acovardamos, e num momento de impulso, nosso alvo é justamente nosso companheiro de estrada, nós o atacamos, o ferimos. O ser humano não possui forma fixa aos olhos de quem o ama, ele é plástico, ele é uma projeção, facilmente mutável. As águas bravias que levam um afogado a pousar numa ilha deserta são as mesmas águas que afogam quem simplesmente repousava numa sombra fresca. Céus, então o que esperar? O que não ter? Ninguém pode diluir um megalítico ao pó, mas quem pode fazer do fogo de palha um incêndio? Todos, afinal! Sozinhos podemos estar bem ou mal acompanhados, agora quando nos cremos juntos aos entes e caros, ao final dos passos, estamos o quê? Sozinhos! Não me diga que sabor tem o veneno que corrompe e pulveriza a alma, se o meu maior tormento será causado quando alguém me disser qual será a fórmula do amor - é disso que se vive, é disso que se morre, é por isso que tudo começa, tudo permanece e tudo acaba!

Pedro Drumond

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