quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Dualismo (Olavo Bilac)







Dualismo


"Não és bom, nem és mau: és triste e humano... 
Vives ansiando, entre maldições e preces, 
Como se a arder no coração tivesses 
O tumulto e o clamor de um largo oceano.


Pobre, no bem como no mal padeces; 
E rolando mum vórtice insano, 
Oscilas entre a crença e o desengano, 
Entre esperanças e desinteresses. 


Capaz de horrores e de ações sublimes, 
Não ficas com as virtudes satisfeito, 
Nem te arrependes, infeliz, dos crimes: 


E no perpétuo ideal que te devora, 
Residem juntamente no teu peito 
Um demônio que ruge e um deus que chora." 

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