quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ignóbil Condenamento (Pedro Drumond)



Ignóbil Condenamento (Pedro Drumond)

Na verdade entre tantas outras coisas que descubro
Amar me dá grande orgulho de não poder ser mais nada
Simplesmente por sentir o muito de poucos nesse mundo

Por que toda vez que chegas perto de mim
Toda ferida minha, repentinamente, passa a sumir?
Onde vão parar neste momento de reencontro minhas tristezas?
Minhas mágoas? Tuas farsas?
Minhas incertezas e nossos confrontos?

O que se faz acontecer com esse sentimento?
Pois quando absorvo o devido ar que termina em ti
Relembro o quão acreditei em mim
Sem ousar sequer questionar minha dor
E reconhecendo nesse justo momento meu ignóbil condenamento
Perto de ti já soube o que era amor
Tesouro esse que outrossim a vida me roubou

Na verdade nada que me faça sofrer
Nem nada que me faça chorar
Perto de ti tudo isso que me mata
Torna-se basto para conter, basto para ignorar
Pois quando estou contigo
Deus é testemunha do quanto me contenho
Para não lhe agravar com meus tão sonhados carinhos
Acariciando teus cabelos com minhas finas mãos
E olhando em teus olhos sem quaisquer desvios

Não mais quero teus beijos, isso já me acalma
Não, não, meu querido
Mas garanto que tenho algo genuíno com que sonhar
Por isso não mais lhe espero
Pois sei que dentro em breve a vida há de nos separar
Esqueço minhas presentes mágoas
E aproveito-te o mais que posso da alma
Sabendo que só com minha sombra ponho-me a caminhar

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