sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Amor Reservado (Pedro Drumond)




Amor Reservado
(Pedro Drumond)

Talvez eu te veja muito além da onde você possa estar
Sentindo-te muito mais do que seja possível acreditar
E chegando a conhecer o teu calor de có e salteado
Somente por nunca ter desfrutado do inferno
Nem por ter havido sido desperto
No céu prometido dos teus abraços

Talvez eu seja sábio
Quanto ao paladar que possa distinguir
Posso de longe farejar o teu rastro
Visto que a tortura é um necta que me acena
Já que com meus lábios nos teus não pude me redimir

Não transitei de bom grado ao progresso
Um pedaço de mim sentiu-se enganado
Foi-se tudo o que houve
Sou o único resto

Hei de lembrar que ao contemplar uma paisagem
Por trás da mentira e do sentimento reprimido
Existe entre nós dois uma certa afinidade

E sob a forma de tua robusta face
Vejo refletidas as lágrimas
Roubadas especialmente do deserto da tristeza
Um toque de leve faz-me perceber
Nos serenos sentidos
Mesmo que seja sem teu consentimento
Meu puro amor que lhe é reservado

Talvez isso tenha lhe sido desconhecido ou ignorado
No tocante a mim se estende e me fenece
Por isso a minha alma vendi ao diabo
Ou melhor dizendo, a ofertei ao amor - Singelo momento esse em que por ti faço uma prece.

Nenhum comentário:

Postar um comentário