sábado, 22 de fevereiro de 2014

Eterno Mistério (Pedro Drumond)




Eterno Mistério (Pedro Drumond)
Os véus têm de cobrirem, mas jamais ocultarem o todo!
Os véus não podem transformar-se em muros,
Assim como os arvoredos não podem
Tornarem a floresta um itinerário intransitável.

Diga, meu amor, que eu lhe escuto.
Não queres me ouvir? Sou mudo,
Mas não roubes de mim
Os segredos da tua alma.

Faça, meu amor, que eu não te impeço.
Queres testemunha? Aqui te espero,
Mas não hesites de me contar
Os teus tenebrosos crimes.

Veja, meu amor, que eu te ilumino.
Não queres que eu ofusque-te? Desapareço,
Mas não te cegues os sonhos da vida
Para as mágicas realidades que ofereço.

Sinta, meu amor, que eu te consinto.
Não queres meus efeitos colaterais? Previno-te,
Mas não deixes jamais de me experimentar.

Seja, meu amor, esse eterno mistério,
Contudo que descubras o sentido do meu amor.
Não ignores como é doce e inútil
Fazer da nossa vida uma pretexto para amar.

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