quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Amores & Seus Nadas (Pedro Drumond)





Amores & Seus Nadas
(Pedro Drumond)
Amores começam do nada
Porque terminam do nada.
Engrandecem-se com nada
Porque diminuem-se com nada.

O amor nada contra e a favor das correntezas da alma
E quem ali se afoga sou sempre eu, ser de vida rasa.
O amor dos seres da mesma espécie
Na medida em que o tempo vai passando
Os une na medida em que mais se repelem.
Nunca fui gaiola, me fiz porto-seguro,
Mas se me perguntarem em quem me apoio
Não terei qualquer embasamento profundo.

Meus sabiás, meus navios, sempre estão de saída.
E eu fico aqui, de coração partido.
Eu tenho medo da vida toda vez vez que acordo
E termino o dia cada vez mais encantado por ela!
Com a esperança de ter mais, de ser melhor,
Isento-me da relevância de ser ou não ser o distinto.

Amores me deixam sem nada,
Amores me dão nada,
Amores nada me prometem.
Por que amas, coração? - minha mente indaga.
Sutilmente o mestre responde:
 Ora, pois se amo, só posso amar por nada!

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