quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Certos Dias do Meu Arrebol (Pedro Drumond)






Certos Dias do Meu Arrebol
(Pedro Drumond)

Meus únicos sonhos verdadeiros
São aqueles que ainda não sonhei.
Quaisquer que sejam os meus devaneios
Defendo que o impossível não pode existir
Por tudo aquilo que já passei.

Eu sei que estou cavando a minha própria cova.
Estou parado no tempo e a vida tem passado por mim
Como um trem-bala feroz:
Incontrolável, imperceptível e sem freios.

Agora, uma vez sem saber
Como conduzir o meu próprio destino,
Surpreendo-me com o todo inevitável.
Deslumbro-me com tudo o que é distinto
Com tudo que me vejo absorvido
Em certos dias do meu arrebol.

Se eu pudesse descrever a minha vida
Diria que é uma página em branco, vazia.
Certas vezes o que nela prescrevo
Não se trata nem de minha própria autoria.
Outras vezes quando analiso certas pistas
Nem mesmo sou capaz de entender o que ali concebo,
Mas sempre que essa página em branco
É vista por mim, sem desespero e apreensão,
Belas histórias são intensamente vividas
Pela morte trágica do dilúvio,
Pelo sonho intenso de um futuro
Pelo qual até hoje sobrevive o meu coração.

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