quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Por: Charlotte Bourvié - "Anjo Poeta"





Seus dedos, leves e serenos, entrelaçam a caneta para escrever...
Ele escreve-me, vem voando, são atentas as mãos do poeta,
Jovem poeta, com os olhos de anjo
E as asas de íbis negra. 
Eu sussurro um acalanto para guiá-lo entre o sono e o sonho.
Dorme rasante rumo às águas amnióticas das fêmeas: cama.
Encontra minhas pontes pênseis na névoa, finos lençóis, de veleidades tempestivas, 
Entre a nudez do meu corpo e a sombra que este faz na alma, 
Perdidas, à mercê de ventos estúpidos com natureza de paixões inventivas.
O coração calcinado pelo ardor de desejos insanos 
É umedecido pelo visitante que traz o orvalho da noite em forma de saliva.
Emergem segredos dos lagos ferventes,
Flor-de-lótus cospe fogo nas águas,
É um espetáculo o adejar dos anjos sobre as serpentes.

-Oh, meu Poeta Menino - digo a ele, baixinho: 
"Sou uma Naja - Quando me fere, pico. 
Um celo - quando me toca, soo. 

Em silêncio, sou um mudo cedro.
Sou um poema quando por ti é escrito...
Sou tua 'La Dame Des Catacombes', Pedro,
Envolvida apenas dos noturnos chambres,
Vivo em teus sonhos e em meus sonhos
Você vive comigo."

CHLOE*


                                                           *:La Dame Des Catacombes                                                                   

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