domingo, 8 de janeiro de 2012
Pesaroso Desengano (Pedro Drumond)
Pesaroso Desengano
(Pedro Drumond)
O verdadeiro amor não nasceu para ser correspondido
Nasceu para ser sentido
Sonhos são como nuvens, se desfazem
Mas quando em nossos corações se acumulam
Que nem a força da natureza eles agem
Desaguando em lágrimas tão carentes e turvas
Esperanças acabam tornando-se secas de consolo
Mortas nas tristes neblinas das chuvas, das ruas
Na tumba esquecida, no vale marémorto
Ah, pesaroso desengano
Quando minha respiração é leve
E o caminhar me prossegue
Sinto-me anestesiado vejo o quanto lhe amo
Ah, pesaroso desengano
O amor que eu lhe dou é o mesmo que não conheço
O amor que eu lhe dou é o que de ti não mereço
Busco corresponder-te a medida do impossível
Encantando-me anarquistamente
Na medida em que mais me foges o olhar
Pois já me amiguei pelos lados da tristeza
Mas vez ou outra fico pensando - E se meus sonhos fossem realizados?
Tenho dúvidas, haveria toda essa certeza?
Será que eu iria mesmo te amar?
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