quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Laços Fraternos (Pedro Drumond)


Laços Fraternos (Pedro Drumond)


Lembro-me bem de avistar-te imerso em plena solidão
E dos chambregos agoniantes que aquilo provocara em meu belígero coração
Assisto a nós dois em eternos abraços, belicosos beijos
E a aquela tua chegada que tanto espero
Afrouxam-se nesse instante do peito os laços fraternos
Que doravante serão sequer miragens
Daquela última realidade
Que o destino não apoiou nem nos fizera eternos


No meu silêncio há inúmeros e ainda insuficientes gritos
Que devastam-me da mais penosa escuridão
Contemplo o célico plenilúnio que despenca janela afora
Sempre a indagar-me quem por ventura terá nesta noite os teus carinhos
Quem ganhará neste hora os teus abraços
Pois tanto sei que meu pensamento faceiro
Percorre os rastros de teus caminhos e se guiam pelos teus passos

Ah, meu amor, quanto há de latifúndio nesse jeito tão teu
Não se esqueça de mim, pois meu assombro não te esqueceu
Mas quem diria que foi assim mesmo meu peito feneceu?
Quem será que tu amas ou fará amar
Para logo após mandar embora?
Quem chorará como eu e onde tu estarás
Perambulando nesse mundo de solidão por agora?

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