sábado, 8 de março de 2014

A Pedra do Fado (Pedro Drumond)





A Pedra do Fado
(Pedro Drumond)

Entre matar um inimigo
Ou ensiná-lo a viver como um ser humano,
Eu me arrisco na batalha mais perigosa!
Me arrisco tentar dar excelsa loucura
Àquele que só saber ser insano, ou seja,
Prefiro transmutar o ódio em uma liberdade maior,
Por isso o amor torna-se dispensável.

O amor aprisiona - liga almas nunca unidas.
A liberdade por si só se basta,
Como um capricho dedicado a poucos
Que não estão mais tão incluídos na vida,
Pois que vivem à parte, num mundo particular.

A solidão já é um altar sobre o qual
Se depositam todos os desafetos.
Que meu inimigo desnude minha alma, me inspire.
O que quer que ele diga de mim será o certo,
Podendo terminar num abraço
O  que seria o confronto de duas pessoas
Que até então estavam prestes a se matarem.

Enquanto a pedra do fado, por sua vez,
Rola sobre o papel e ali permanece com soberba inquestionável,
A vida faz daqueles que sempre estiveram unidos
E foram arrancados da verdade proposta um ao outro,
Seguirem, paradoxalmente, destinos completamente distintos
Jamais tornando novamente a se amarem.

A pedra do fado, meus amigos,
Não amacia, mas sim, destroça!

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