quinta-feira, 15 de março de 2012

Voz do Silêncio (Pedro Drumond)




Voz do Silêncio (Pedro Drumond)

Confesso, não deixo de apreciar a voz do sentimento que for
Mas para ser sincero eu gosto mesmo é de produzir os meus próprios ecos
Visto que a expressão do som torna-se mais adornada que os dizeres da palavra
O que expressa-se no som das admoestas fadas trata-se da voz do silêncio
Outrossim daquilo que em parte sou

Portanto caminhando agora pouco
Notei o quão o infinito finda-se por onde vou
Avistei rostos à procura de quem deveras não conheço, mas sei que espero
E só me falta uma coisa... não, falando a verdade, não está faltando nada!

Uma bala pode sim passar por mim, mas não me atinge
Estou além dela e nunca cheguei a dar ouvidos às minhas meras crendices
Portanto ela se trata de quem desfalece no meio caminho
Não me corroendo doravante em falsos lamentos
Logo após despenca-se no abismo pênsil
Dos meus insólitos e recônditos sentimentos

Assim sendo nesse silêncio com o qual você me lê
Crie suas próprias forças para só depois pensar em se esbanjar
O verdadeiro sábio jamais provém daquilo que sabe que  é
A força está contida naquele que nem capaz é de nela penetrar-se
Por isso Deus não precisa das migalhas de minha fé

O silêncio faz-se totalmente distinto da hesitação
Vejo muitos que por aí vagueiam
Não sei realmente o que pretendem experimentar
Por onde anda a vida? Por onde anda a verdade?
Possuo eu mesmo um digno coração?


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