domingo, 5 de maio de 2013

Devassidão, Desejo-te!




Devassidão, Desejo-te!

Vamos amar das nuvens nossos homens do asfalto, vamos amá-los em chuva, vamos amá-los em tempestade, raios e trovões, mas não vamos amar esses homens em juras, em carne, em coração, vamos amá-los simplesmente em elementos.

Não existem abismos nas nuvens. A queda de lá de cima, é a queda dos anjos....

Ando devassante, mas numa devassidão tão cheia de concupiscência de nudeza, sabe? Me refiro aquela nudeza que não é a da pele, é a nudeza da alma, eu estou com tesão pela nudeza da alma, quero despir esses homem até a alma, tocar no falo de seu imo, quero fazer com eles o que nenhuma fêmea já fez, quero uma felação espiritual, intelectual, romântica, musical, religiosa, quero mais do que o trivial sexo, a mesmice do tesão que chega num platô e dorme. Não, o que quero é um platô sagrado, orgasmos eternos de música, literatura, pintura, quero corromper o normal, e tornar o anormal sagrado, este é o tesão amoroso de seres como nós, abortados da realidade, incompreendidos na racionalidade, talhados de silêncios e desejos inefáveis. Nosso tesão quer muito mais que boas trepadas, queremos êxtase de alucinógenos inteligentes, queremos devorar corações caros com vinhos vagabundos, queremos sonhos recheados de literatura, música e paixão, como a paixão de Marias Madalenas por Jesus, a paixão de putas que se tornaram santas.


Caminhamos por ai e podemos ser abordados a qualquer instante pelas nossas ensurdecedoras clamações ao direito de transcender nossa própria vida. Isso requer sempre uma entrega onde a dor é vista como uma fibra até quando o prazer pode ser inocente em nossas açoitas paixões, em nossas divagações e em toda sorte dos juízos que nos aprouver. Assim nossas almas descobrem o sentido motriz de suas existências - O amor visceral, explosivo, devasso, o amor constrangedor dos anjos pecadores pelos humanos divinos.

Pedro Drumond & Cibele Oliveira

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