quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Mau de Mim (Pedro Drumond)






Mau de Mim (Pedro Drumond)

Era uma tarde tão serena
Que de minha parte seria ingrato, mera blasfêmia
Querer abrir mão da vida, da essência
Se tudo isso não incluísse você

Os olhos verdes de um, o silêncio tímido de outro
O ser que não pertence a sonho nenhum
A paixão leviana que condoída do amor
Dispõe o seu consolo

Se toda vez que eu me embriagar de êxtase
Não me der conta que o amor do mau de mim sofresse
Eu irei passar junto às rosas
O que restar da minha sombra de alma
Pois sou um oco casulo, cuja a esperança
Apartou sem destino toda magia, toda calma

Dois cacos de fonte percorrem abismo
Que as metáforas não figuram
O que sou? O que restou? Pra onde vou?
E a vida fingindo que não me escuta

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