sábado, 3 de novembro de 2012

Sangue numa Página em Branco (Pedro Drumond)





Sangue numa Página em Branco
(Pedro Drumond)

Se eu sei para que me surgira o amor?
Não descobri ao certo se para me expandir ou reduzir
Mas de fato seu único intento fora silenciar minh'alma
Instalá-la ao silêncio
Nada de guizos nem glórias
Apenas... e só apenas, sentimento

O amor fora tão primordial na minha vã história
Que por se tratar de sangue numa página em branco
Não tivera qualquer impressão, tradução
Portanto só me restara ser meu próprio significado
Meu único alento

Mil fantasias de um lado
Já d'outro a previsível dor
Nada que antes não tivera sido passado
Na goteira jazente e asfixiante da realidade, fez-se amor

E se for para falar de algum privilégio, confesso
É muito mais cômodo, pois nada custa ao hesitante aprendiz
Ser-se mais um infeliz na vida

Pois quem, sem maiores intensões
Reanima as brasas da felicidade
Assim como quem ama, preza mais o que semeia
Contrariando o que cativa


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