sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Desventuras Insanáveis (Pedro Drumond)
Desventuras Insanáveis
(Pedro Drumond)
Até quando a negritude
Que banha as madrugadas
Encharcará minha alma de tal forma
Que essa não poderá valer-se senão
De uma saudade marcada,
Uma vida amargurada,
Uma profundidade que não cabe mais em si?
Até quando os amores declarados
Serão destinados aos analfabetos das entrelinhas?
"Do: Amor
Para: O Fim"
Até quando bordarei-me
Pelo crivo das perguntas angustiadas,
Inúteis que são em calar
O grito das desventuras insanáveis?
Essas nem chegam a serem boas o bastante
Para adquirirem mais astúcia
Em comparação às promessas
Feitas a mim pelas ninfas das ilusões
Quanto desperdício de tempo...
"Até quando(?)" na verdade se trata
De uma morfina que quero injetar-me a todo custo
O fim de uma vida começa com um princípio de amor
Portanto condicionar outras escolhas
Que dizem respeito à individualidade daquele,
Convicto de que ama, em função do que ditam ser
A natureza do amor, é tomar água por lama
É tomar um conjunto de ausências como se fossem reais
Sendo que na verdade, caro companheiro,
Não lamento em dizer - Nada existe!
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