terça-feira, 30 de outubro de 2012

Vestígios do Amor (Pedro Drumond)





Vestígios do Amor (Pedro Drumond)

Perdem-se as dúvidas, as buscas, as utopias
Finda-se na dimensão do viver as expectativas
Mas há algo... algo que se esclarecido, bom seria

Por isso pranteio uma doce tristeza
Que há tempos não me ocorre
Ah, quantas lágrimas, o amor e talvez você
Oh, estranha alegria! Amor, chore!

Chamo-o de amor, por não saber desqualificá-lo de outra forma
Nada acontece, as almas estão sempre seguras
Vagueando sobre as ruas, sabemos quem vai, quem vem
Juntos velamos o centro da vida, pois todos somos ninguém
E agora?

Orgulhe-se de seu pranto, ele é próprio de quem não é triste
Mas tem coração
O amor nunca estará por último nem poderá ser algo primeiro
Sinta-o, viva-o, mate-o, porque nada lhe ocorre pessoalmente

Aqueles olhos de mim fugiam, sempre fugiam
Agora esvaiu-se o que restava de alma
Sou um corpo sem vida, uma matéria inerte
Nada habita nessa carcaça que sou
A não ser vestígios do amor


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