quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Ausência de Amor (Pedro Drumond)




Ausência de Amor (Pedro Drumond)

Que espécie de ser humano chegaria a esse dilema:
Não existindo vazio pior que a extinção de sua ilusão e angústia
Seu peito, enegrecido pela ausência de amor
Confessa a falta que lhe faz
Aquela que um dia fora a sua primeira dor

Minh'alma por hora é um cais deserto
Onde há muito silêncio
Tal qual a paz de um dia sem tempestade
Ah, maldita paz!
Agora não me há sequer lascas de esperança ou medo
Foi-se de vez o fino amargor de uma saudade voraz

O amor agora decaiu no abismo que sou
Ele não escuta meu chamado
Pois já começo a ter falhas na memória d'alma
No sofrimento pelo menos eu amava... ou achava que amava
E mesmo assim nesse ínterim a felicidade nunca foi dispensada

Mas nesse momento, depois do amor
Tal nostalgia mui vagamente me assola
Em mim presente tal ausência
Depois do amor nada mais vigora
E o que sou eu sem a minha essência?

Não mais encontrei o amor
Aonde o deixei pela última vez
Eu parti sem querer ir e só por isso não disse adeus
E hoje volto surpreso, sem encontrar outra dúvida
Que não seja eu

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