sábado, 21 de julho de 2012

Nós, Meros Poetas (Pedro Drumond)




Nós, Meros Poetas (Pedro Drumond)

O amor pode ser eterno, caso verdadeiro
Por conta disso jamais há de permanecer o mesmo
Dedico a dor ou o amor a quem souber reconhecê-los
Nas paragens mais sórdidas do deserto

Lá estava eu, qual eremita, brigando pela vida num contínuo desabrochar
Lá eu me encontrava para ser resgatado pela alma vaga, intuitiva
Por conta disso minha natureza não me desmente
Sou um ser que nasceu chorando poesia
Sempre questionando todos que estavam vivos
Sem saberem pra quê serviam-lhes a vida
A lição é mais que amor: Haveremos de deixar de desamar

Nós, meros poetas, jamais vivenciamos suspiros e temores
Nossos corações permanecem soltos, livres em chamas
Com sentimentos tão mais sublimes quanto que arrebatadores
Sem ilusão, sem machucados
Sem Sol, sem estrelas
A mente nos engana enquanto o amor nos emana
Colhemos do poço mais penumbrante
Lágrimas que a alma de tão condoída clama
Até perder as forças e titubeante dizer - Por favor, chega!

Um comentário:

  1. "Meros poetas", como você e a sua sensibilidade, estão bem mais perto das estrelas, do que nós, meros meros.

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