sábado, 29 de dezembro de 2012

Amor, Almas Enganadas (Pedro Drumond)



Amor, Almas Enganadas
(Pedro Drumond)

Amor,
Frascos trocados
Almas enganadas
Venenos em taças opostas
Elixir da vida, bebido por que morreu
Findar da existência, consumido por quem
De amor viveu

O amor é um laço de desunião, desencontros
Tu és quem amas por dentro
E não sabes o que é ser movido pela própria essência
Já que tua alma não mora em ti

Sacrificando a posse de si para ser outro
Mau sabes que tua vida foi-se para sempre
Tu não conheces teu sabor, teu peso
Apenas alguém que por ventura já te amou
Carregando-te em segredo

Tua alma está aí, animada nesse ser
Por sua vez, tu és o sufoco daquele que respiras
Livre e insano de pactos presos

O amor só se torna algo louvável
Porque no fundo é a dor do ser amado
Tida como nossa própria, equivocadamente,

A vida? Uma passarela
Onde circulam vários transeuntes
Mau sabendo que seus corpos são apenas peças
De espectros espalhados
De almas que desconhecem suas nascentes
Separadas apenas pelo crivo do amor
Da ligação daqueles que não se unem

Se tu amas, jamais saberás quem tu és
Mas viverás sendo o alojo da alma amada
(Abandonada de si - sem consciência de causa -
 para viver através de ti, e vice-e-versa)

A verdade é essa: A vida arquitetou o amor
E o depositou em almas desordenadas!

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