domingo, 1 de abril de 2012

Lua, A Iluminada (Pedro Drumond)




Lua, A Iluminada
(Pedro Drumond)

A Lua sim é iluminada, vagueante das sombras
É venérea, é sagrada
Iluminando o caos das trevas dos homens
Sem nem sequer lhes exigir contas

 Seria então o Sol essa glória toda?
Mas que importância teria tal glória
Separada do cume de sua própria devassidão?

Há mais divindade nos turvos olhos
Do homem quem chora
Que do acomodado descrente
Do seu próprio coração

A Lua sim é gloriosa
Mas são de fato naqueles lunares
Tão subjugados pelos ditos "ascensos"
Que residem a egrégia completante da vida
No decorrer dos milênios
A Lua que candeia no escuro
É a mesma luz no fim do nosso túnel

O dia com seu astro maior realmente é mui belo
Mas se comparado à expectativa que temos da liberdade
A Lua, tímida em suas penumbras, cachoa - Oh, simples vaidade!

Não confio em um Deus no seu soberbo trono
Mas creio na Lua - real prova de amor da existência
Deusa que realmente nos revela o celeste que somos (em essência)
E que todavia é nossa verdadeira guia, melhor que qualquer cruz
Não aquela quem salva a vida
No entanto essa outra: A Lua, que em sombras nos conduz!



2 comentários:

  1. Ah nada como sentir doce palavras em forma de suspiros, sim, é assim que sinto é assim que vejo o balançar do lápis entre meio as mãos do poeta e o esfregar na folha que veio da natureza , assim como o tema presente pleno e divino , oh mãe lua que me faz ver o que os outros talvez nunca possam ..
    Erica Dornelas

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