domingo, 9 de junho de 2013

NÃO ME PERGUNTE SOBRE A MINHA VIDA!


NÃO ME PERGUNTE SOBRE A MINHA VIDA!

Não me pergunte sobre a minha vida
O que eu te darei como resposta não revelará o meu fado, minha sina
Eu proclamarei quantas verdades forem necessárias
Sobre uma caixa de madeira, próprio das marionetes de ideologias
Mas se eu ousar falar de mim prefiro te dar a mentira
Sim, que ela seja minha vingança, minha utopia
Porque te esclarecer sobre minha jornada sem lei
É perder tudo o que me disseram as matas virgens
Os transeuntes frenéticos batendo aos ombros um dos outros
E que nem sequer me perceberam lá, nos caminhos que mesmo inventei
Não me pergunte sobre a minha vida
Porque nada saiu como prometido, como esperei
Ainda bem que sou ignorante e posso me surpreender
Com aquilo que não concebo e que me provoca as entranhas
Não me pergunte sobre a minha vida, afim de esquecer da tua
Minha vida é um segredo
Eu quero dar como resposta apenas os meus sonhos
Mas quem me ouvir dirá que só lhe falei de loucuras
Portanto me calo, pois não sei cantar as notas dos anjos
Meu percalço não vai até o horizonte, pois já sou infinito
Meus encontros se dão nas curvas duvidosas, qual corpo de bela vadia
Com almas que nem me dou conta de que já foram inventadas
Antes, durante e depois de mim
Minha história é desconhecida, suja
Roubei a castidade de toda impureza e hoje inocente
Pago por penas que fazem minha alma madura
Pinto versos que não me ponho a decorar, em mim já existe muito excesso
O acumulo daquilo que nada significa
E entope o sentido das lacunas que não preenchemos
Não me pergunte sobre a minha vida
Pois desconheço o fato que a fez cega, já que topei com ela de frente
E mesmo assim a danada de tão conturbada não me avistou
A questão não é "quem eu vou ser?", mas sim "quem eu já sou?"

Pedro Drumond


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