quarta-feira, 17 de julho de 2013

Amor Dispendido (Pedro Drumond)

Amor Dispendido
(Pedro Drumond)

Somos nus um para com o outro
E nossas deformidades, devido ao amor que nos comunica,
Viram perfeição à nossa visão nebulosa da vida

Nem sequer atravessamos o horizonte do possível
Nem sequer atingimos o berço que seria o colo um do outro
Nem sequer estamos na mesma dimensão
Porém trocamos tão melhor nossas essências
Do que com os coadjuvantes das nossas cenas cotidianas

Somente dois amores podem expandir-se
Rumo a um universo desconhecido
Por serem interligados, ao contrário de unidos
Somente dois amores se reconhecem amores
Quando nem sabem mais quem ou o que são
Quando nada mais importa
Quando o que houver defronte ser dispensável
Quando esquecerem de que são uma obra
Mais engenhosa do que o que chamam de espírito
Quando nem é luz, quanto mais escuridão
É apenas amor dispendido

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